48: Foi ordenado que essa inscrição fosse gravada em placas de bronze e colocada num lugar visível da galeria do templo,
1: Pelo ano cento e setenta e dois, o rei Demétrio reuniu suas tropas e partiu para a Média, para aí organizar um exército de socorro na sua luta contra Trifão.
2: Mas Arsaces, rei da Pérsia e da Média, informado de que Demétrio havia entrado no seu território, enviou um de seus generais para pegá-lo vivo.
3: Partiu, pois, este, desbaratou o exército de Demétrio e apoderou-se de sua pessoa. Enviou-o a Arsaces, e este o encarcerou.
4: Na Judeia reinou a paz, enquanto viveu Simão. Ele procurou o bem-estar de seu povo e este se agradou do seu poder e reputação.
5: Com toda a glória que adquiriu, tomou Jope como porto e construiu um acesso para as ilhas do mar.
6: Ampliou as fronteiras de seu povo e estendeu sua autoridade sobre todo o país.
7: Repatriou muitos dos judeus prisioneiros do estrangeiro, apoderou-se de Gazara, de Betsur e da fortaleza de Jerusalém, que purificou de suas impurezas e ninguém ousava opor-lhe resistência.
8: Cada um cultivava em paz sua terra; o solo lhes dava suas colheitas e as árvores dos campos, seus frutos.
9: Os anciãos assentavam-se nas praças públicas e entretinham-se com o bem comum; os jovens revestiam-se de troféus e de equipamentos de guerra.
10: Simão forneceu víveres às cidades e tomou resoluções para edificar praças fortes, de modo que em toda a parte, até as extremidades da terra, celebrava-se seu nome.
11: Estabeleceu a paz em seu país e todo o Israel exultava.
12: Cada um podia assentar-se sob sua parreira ou figueira, sem recear o inimigo.
13: Não houve ninguém para atacá-los, e os reis, nessa época, foram abatidos.
14: Protegeu os humildes do seu povo, zelou pela Lei e exterminou os ímpios e os perversos.
15: Contribuiu para o esplendor do templo e enriqueceu o tesouro.
16: A notícia da morte de Jônatas chegou a Roma e também a Esparta, provocando grandes pesares.
17: Mas, logo que os romanos e os espartanos souberam que seu irmão Simão se tinha tornado sumo sacerdote em seu lugar e governava o país com as cidades que ali se achavam,
18: escreveram-lhe em placas de bronze, para renovar a amizade e a aliança, outrora concluída com seus irmãos Judas e Jônatas.
19: Essas mensagens foram lidas diante da assembleia em Jerusalém. Eis a cópia daquela que enviaram os espartanos:
20: “Os arcontes da cidade de Esparta ao sumo sacerdote Simão, aos anciãos, aos sacerdotes e ao povo judeu, seu irmão, saudações!
21: Os mensageiros que enviastes ao nosso povo contaram-nos vossa celebridade e glória, e nós nos regozijamos com sua chegada.
22: Nós consignamos, como segue, a proposta que eles fizeram às deliberações do povo: ‘Numênio, filho de Antíoco, e Antípatro, filho de Jasão, vieram a nós, da parte dos judeus, para renovar sua amizade conosco.
23: Pareceu bem ao povo recebê-los com honra e depositar uma cópia de suas palavras nos arquivos públicos, para que ficasse na memória do povo de Esparta. Sobre isso enviamos uma cópia a Simão, sumo sacerdote’.”
24: Em seguida, Simão enviou Numênio a Roma com um grande escudo de ouro, que pesava mil minas, para firmar aliança com os romanos.
25: Quando o povo foi informado disso tudo, disse: “Que sinal de reconhecimento daremos a Simão e a seus filhos?
26: Ele mesmo, seus irmãos e a casa de seu pai mostraram-se valorosos, venceram os inimigos de Israel e asseguraram-lhe a liberdade”. Gravaram, pois, uma inscrição em tábuas de bronze e colocaram-nas entre as colunas conservadas no monte Sião.
27: Eis a cópia dessa inscrição: “No dia dezoito do mês de Elul, do ano cento e setenta e dois, o terceiro ano do pontificado de Simão, sumo sacerdote insigne, em Asaramel,*
28: na grande assembleia dos sacerdotes, do povo, dos chefes da nação e dos anciãos do país, foi declarado o seguinte: No momento em que as guerras renasciam sem cessar no país,
29: Simão, filho de Matatias, descendente de Joarib, e seus irmãos expuseram-se ao perigo e resistiram aos inimigos de sua pátria, para salvar o templo e a Lei, levando seu povo a uma grande glória.
30: Jônatas reuniu seu povo e tornou-se o sumo sacerdote; depois foi reunir-se a seu povo.
31: Os inimigos quiseram invadir o país para devastá-lo e lançar a mão sobre os lugares santos,
32: mas então se levantou Simão. Combateu por sua nação, distribuiu uma grande parte de seus bens para armar os homens de seu exército e pagar seu soldo.
33: Fortificou as cidades da Judeia, assim como Betsur, que se situa na fronteira, outrora arsenal do inimigo, onde ele estabeleceu uma guarnição judia;
34: Jope, que se acha na costa; Gazara, na região de Azoto, outrora povoada de inimigos, que ele substituiu por judeus. E muniu todas estas cidades com o que era necessário para sua defesa.
35: O povo viu o procedimento de Simão e a glória que ele queria adquirir para a sua raça; escolheu-o para chefe e sumo sacerdote, por causa de tudo o que ele havia efetuado, pela justiça e fidelidade que guardou à sua pátria e porque procurava de todo modo exaltá-la.
36: Sob sua autoridade o povo tinha chegado a rechaçar os pagãos de seu território e a expulsar os ocupantes da Cidade de Davi em Jerusalém, lugar no qual haviam estabelecido uma fortaleza e da qual saíam para manchar os acessos do templo e profanar gravemente a santidade.
37: Simão colocou ali uma guarnição judia, fortificou-a para proteger o país e a cidade, e ergueu os muros de Jerusalém.
38: Depois disso, o rei Demétrio confirmou Simão no cargo de sumo sacerdote,
39: contou-o no número de seus amigos e demonstrou-lhe uma grande consideração.
40: Com efeito, ele soube que os romanos davam aos judeus o nome de irmãos, de amigos e de aliados e que tinham recebido com honras os enviados de Simão.
41: Soube também que os judeus e seus sacerdotes haviam consentido que Simão se tornasse seu chefe e sumo sacerdote, perpetuamente, até a vinda de um profeta fiel,
42: que tomasse o comando do exército, cuidasse do culto, designasse superintendentes para os trabalhos, as regiões, os armamentos e as fortificações;
43: que se ocupasse do culto e fosse obedecido por todos; que, no país, todos os documentos fossem escritos em seu nome; e que andasse vestido de púrpura e trouxesse fivelas de ouro.
44: Não seria permitido a ninguém do povo ou dos sacerdotes rejeitar uma só de suas disposições, contradizer suas ordens, convocar uma assembleia no país sem sua autorização, vestir-se de púrpura ou usar fivela de ouro.
45: Quem quer que agisse contra essas decisões ou violasse um de seus artigos seria culpado.
46: Aprouve ao povo permitir a Simão agir conforme essas normas.
47: Simão aceitou. Prontificou-se a ser sumo pontífice, chefe do exército, governador dos judeus e dos sacerdotes e exercer a autoridade suprema.
49: ao passo que uma cópia seria depositada na sala do tesouro, à disposição de Simão e de seus filhos”.